quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A reter....

Está em fase de conclusão a nova basílica de Fátima, denominada Igreja de Santíssima Trindade.
É uma obra imponente sem dúvida com uma arquitectura revolucionária e inovadora, quiçá a maior obra em fase de acabamento em Portugal.
Como curiosidade apenas, tem uma área coberta de cerca de 11.800m2, comporta 9.000 lugares sentados, envolvendo mais de 300 empresas e cerca de 3200 trabalhadores na sua construção e o seu custo neste momento depois de várias derrapagens rondará os 70 milhões de Euros.

Tem a particularidade de ser uma obra PAGA A PRONTO, segundo informação dada pelo Reitor do Santuário, ou seja paga com receitas realizadas pelo próprio Santuário.
Bom, até aqui tudo bem. Agora o que me choca, como crente que sou, é que um lugar de fé e reflexão espiritual, se tenha tornado num verdadeiro centro de negócios, e para quem conhece Fátima, sabe que é verdade.
Que me perdoem os devotos da fé na virgem, que me merecem todo o respeito, mas isto é uma verdadeira "profanação do templo". Será que desses 70 milhões, não sobraria uns euritos para ajudar as crianças, desfavorecidas e os sem abrigo? Será que não daria para ajudar alguma coisita na construção, de centros de idosos desfavorecidos?

Pois é, presunção e água benta, cada qual toma a que quer! E as acções ficam para quem as pratica. Agora não me admira, é que dentro de pouco tempo, não aparece aí algum grupo económico ou um banco a tentar comprar o santuário, tais são os lucros que apresenta.

2 comentários:

S disse...

Talvez façam uma SAR (sociedade anónima religiosa)... Ámen hihihi

zharpah disse...

Meu caro amigo, um bem-haja!
Concordo com tudo o que diz, pois há muitos anos que defendo uma teoria idêntica, se é que se pode colocar como teoria uma forma prática de pensamento que dá suporte a uma maneira de viver os dias, confiante de que mesmo contra a maré se está a viver consoante e consciente da própria consciência.
Haverá pois, quem não saiba nem sonhe o que é essa forma sublime de sentir, pensar e olhar o que o rodeia, vivendo antes envolto num todo prazer imediato que oferece de bandeja todas as regalias através do dinheiro, esse papel colorido com que se compram os melões, sobrando apenas o malefício de se esquecer que também há quem queira comer melões e não os tem pelos mais variados motivos. Falta de água para os poder cultivar falta de dinheiro... Adiante!
Não vou dizer que dispenso o dinheiro, pois estaria a ser hipócrita, mas de certo nunca me irão apanhar a doar dinheiro a qualquer uma das instituições de solidariedade social, religiosa, política, desportiva, etc...
Acredito que ao fazer doações de cariz solidário se está a cair no erro de encobrir e dar continuidade a toda a pobreza do mundo. As várias igrejas das várias religiões a par das várias políticas, são responsáveis por essa mesma pobreza, por ampliarem e promoverem a ideia do “coitadinho”... Bahhhhhhhhhh... Arrogante, abominante e arrepiante ignorância humana sustentada pela lei do mais forte sobre o mais fraco! Seremos assim tão inteligentes?!
Eu digo; “Não!”!

Com o devido respeito pela crença de cada pessoa, há um bom par de dezenas de anos, pelo menos, que não tolero nem acredito nas instituições religiosas e políticas, sem excepção desta ou daquela.
A minha educação foi baseada na religião católica a qual abandonei mal comecei a caminhar sozinho, leia-se, comecei a pensar por conta própria e sem ilusões próprias de quem é ainda criança, em que se fantasiam todas as histórias que nos contam nas liturgias dominicais... Mas devo confessar que as histórias eram bonitas de imaginar!
Nunca acreditei em bons samaritanos. Não existem nesta sociedade capitalista e escrava dos próprios desígnios consumistas... Bahhhhhhhhhhh... Sociedade arrogante, abominante e ignorante!!!!

Em relação a esses senhores de que fala, os da basílica consagrada, compará-los com um “Hitleres Bonapartes” da actualidade seria dar-lhes demasiada importância, mas poderíamos sempre dar-lhes o desprezo que merecem através de uma educação social superior, em que sucumbissem todos os problemas pessoais de carácter religioso em prol de uma cultura pessoal baseada na acreditação da natureza pela natureza, esse único Deus em que acredito piamente, sem sermões ou presunções!

Eu sou crente, mas mais do género, crente que algum dia as pessoas irão aprender, pois ainda acredito no provérbio popular;
"Água mole em pedra dura tanto bate, até que fura!"
Serei um romântico, portanto!